sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cubo mágico

A garota aparece na cena
Tão fêmina quanto menina.

O vento exulta por bater em seus cabelos
E pede, aos céus que preenche e enxerga,
Para, um dia, tocar a liberdade
que parece exalar da alma dessa moça.

A garota olha ao longe.
Viaja em mente.
Sente sede de fantasia.
Descansa. Torpor, sonolência.

De olhos fechados,
Abre, então e enfim, seu cantil de sonhos.
Dele, em faíscas de delírios belos,
transborda uma imagem multiforme.

Nela, avista um gato introspectivo
que sonha em andar de bicicleta
ouvindo uma chuva executada em clave de sol
regando átrios e ventrículos dos pássaros.

Nela, encontra um coração solitário
que chora lágrimas de chuva
querendo voar em duas rodas
enquanto escuta uma música de sons felinos.

Nela, sente as gotas tímidas
que caem semeando aves,
pedalando no céu musical
ao ressoar os miados de um peito apaixonado.

Nela, monta na bicicleta antiga
que flutua à espera de uma tempestade
melódica de sete vidas cardíacas
molhadas, voadas, vividas...

Nela, ouve uma canção cíclica
que ensaia um ronronar,
atormentando aves de rapina
e girando a roda das emoções.

Nela, voa feito um pássaro
que canta refrões de guidões,
como a liberdade despejada
em uma chuva de gatos.

Clave de pássaros
Nuvem de gatos
Coração de bicicleta...
Tudo sai de seu saco de sonhos.

Ela acorda, caleidoscópica.
Sorri sensações.
Recolhe o cantil,
Guarda sua imaginação no bolso.
E segue, invejada pelo vento.

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